quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ser mãe
Agora eu sou dois. Meu corpo muda tanto que meus órgãos parecem querer ir embora.
A fome vem forte, no início com jeito de enjôo, depois asia, agora parece que é insaciável.
A felicidade vem com vontade de ficar quieta, as vezes chorar...
Eu, imóvel tentando ouvir você crescer em mim. Eu, com medo, tentando sentir que está tudo bem. Tentando pensar que sou um bom ninho. Ou casulo. Ou casa. E você sugando as minhas forças, meu humor, meu sentido de realidade para fazer crescer a pele que vamos acariciar, a boca que vamos alimentar, os olhos que vão ver o mundo de um jeito que vamos ter que ensinar.
Penso em Deus.
Penso em Deus porque não poderia fazer isso sozinha, é divino demais. Seria poder demais, responsabilidade demais, força demais para um ser humano.
Ser humana.
Me sinto mais mulher do que nunca. Não super mulher, não confundam. Me sinto mulher inteira e de verdade, mas pequenininha diante de tudo que vai acontecer. De tudo que vai mudar. Das coisas que não vou ser capaz de mudar.
Um coração batendo dentro de mim e não é o meu.
Choro e entendo. Entendo que os homens não poderiam gerar uma vida porque se sentiriam magnânimos, capazes de tudo. Enquanto eu mal me sinto capaz de levantar da cama, de comer os legumes que nos fazem bem, de não comer o chocolate que nos faz mal.
Mal me sinto capaz de escrever porque sei que não vou encontrar as palavras certas. Não vou organizá-las na ordem correta. Não vou fazer quem lê estas linhas entender tudo o que eu sinto. Um turbilhão em câmera lenta dentro do meu coração, como se o furacão tivesse a noção de que na velocidade normal te acordaria, te incomodaria, te assustaria.
Agora eu sou dois e cada passo, cada pensamento, cada alimento interferem em você. Quero ser só amor, mas sou humana e volto a pensar em Deus.
Tico - Agora você, meu amor. Também penso muito em nós dois. Você, que me amava desde que eu era só uma. Que me amou tanto que me fez dois. Que me ama muito agora, feliz, meio desconfiado, meio com medo de quando seremos três!! Não posso esperar este momento!! Te amo por me proporcionar uma momento tão especial e inesquecível.

Tico e Tiago - Amo vocês dois !!!

sábado, 1 de agosto de 2009


Assistindo o jogo de futebol da "tia Soninha" . Logo logo o Tiago tb vai bater um bolão! rs

Uma linda reflexão de Max Lucado

Castelos de Areia
Sol a pino. Maresia. Ondas ritmadas. Na praia está um menino.

Ajoelhado, ele cava a areia com uma pá de plástico e a joga dentro de um balde vermelho. Em seguida, vira o balde sobre a superfície e o levanta.
Encantado, o pequeno arquiteto vê surgir diante de si um castelo de areia.
Ele continuará a trabalhar a tarde inteira. Cavando os fossos. Modelando as paredes. As rolhas de garrafa serão as sentinelas.
Os palitos de sorvete serão as pontes. E um castelo de areia será construído.
Cidade grande. Ruas movimentadas. Ronco dos motores dos automóveis.
Um homem está no escritório. Em sua escrivaninha, ele organiza pilhas de papel e distribui tarefas. Coloca o fone no ombro e faz uma chamada.
Como que num passe de mágica, contratos são assinados e, para grande felicidade do homem, foram fechados grandes negócios.
Ele trabalhará a vida inteira. Formulando planos. Prevendo o futuro. As rendas anuais serão as sentinelas. Os ganhos de capital serão as pontes. Um império será construído.
Dois construtores de dois castelos.
Ambos têm muita coisa em comum: fazem grandezas com pequeninos grãos... Constroem algo do nada. São diligentes e determinados.
E, para ambos a maré subirá, e tudo terminará.
Contudo, é aqui que as semelhanças terminam.
Porque o menino vê o fim, ao passo que o homem o ignora.
Observe o menino na hora do crepúsculo. Quando as ondas se aproximam, o menino sábio pula e bate palmas. Não há tristeza. Nem medo. Nem arrependimento. Ele sabia que isso aconteceria. Não se surpreende.
E, quando a enorme onda bate em seu castelo e sua obra-prima é arrastada para o mar, ele sorri...
Sorri, recolhe a pá, o balde, segura a mão do pai e vai para casa.
O adulto, contudo, não é tão sábio assim. Quando a onda dos anos desmorona seu castelo, ele se atemoriza... Cerca seu monumento de areia, a fim de protegê-lo. Tenta impedir que as ondas alcancem as paredes. Encharcado de água salgada e tremendo de frio, ele resmunga para a próxima onda. “É o meu castelo” diz em tom de afronta.
O mar não precisa responder. Ambos sabem a quem a areia pertence... Talvez você não saiba muito sobre castelos de areia. Mas as crianças sabem. Observe-as e aprenda. Vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança.
Quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda.
Aplauda o processo da vida, segure a mão do pai e vá para casa. ...............
A vida tem sua dinâmica própria, e obedece a leis transcendentes que nem sempre conseguimos compreender totalmente...
Mas o certo é que a roda da vida gira e nos oferece lições importantes para serem apreendidas e vividas. Resta-nos conhecer e confiar.
Observar e aprender.
Por isso, vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança.
E quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda.
Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa.
Max Lucado, Histórias para aquecer o coração 2